quinta-feira, 16 de junho de 2011

metaforizando os sentidos mais azuis

Para Cazuza, Caio e Bukowski,
porque eles odiariam esse texto.



Tem dias que a vida tem gosto de café amargo e frio.
A gente teima e bebe, porque sabe que quando esquenta o gosto piora.
Vira de uma só vez o último gole e faz cara feia, arrepia...
o gosto armargo fica na boca por um bom tempo, pensa:
- que diabos faço aqui?
sentada nessa mesa suja e bamba,
espantando moscas e urubus rastejantes
derrubo o copo sujo de café no chão que quebra, xingo
olho para cada pedacinho de vidro espalhado nos meus pés e novamente penso:
- até quanto vale apena pagar o preço pelo café frio e amargo? E até quanto vale o preço de perder tempo juntando cacos de vidro para levantar-se da mesa?
Quero um café novo, quero um copo mais bonito e mais simples.

São Paulo, 19:22, 16/06/2011

Um comentário:

  1. Muito legal!... Estou sempre fazendo uma visitinha,é como entrar em uma casa perfumada e fresquinha, lembra a manhã...A essência da manhã...

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