sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

áci.do.ce














Ácido.
veja meu bem:
não deixe que isto se transforme naquilo..
que o doce se conduza pelas veias e que a diabete vire algo venoso.
veja,
logo eu que deixei de consumir doce à tantos anos, por um momento abri certas exceções
e percebi que doce demais cristaliza as pessoas.
não, não quero me deixar cristalizar,
prefiro o mel diluído no conhaque escorrendo pela laringe e queimando o estômago.
você, prefere os castelos de tijolinhos de açúcar, de preferência petrificados.
sinto muito, mas prefiro o mel.
mas mel continua doce demais e nós sabemos que para todo mel as vezes podemos nos machucar com as ferroadas de abelhas
então melhor: deixe-me apenas o conhaque.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

essa coisa que o tempo resolve tudo não existe.
o que existe é a perca de tempo e ele já é tão pequeno, tão curto e raro,
que desperdiçar é deixar e ver uma torneira aberta estando com sede.



sp, 15:59, 17/01/2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

estou te confundindo?
é, você, você está confuso?
com isso, com essa e aquela toda história..
não!
digo de confuso mesmo..
de estar confundido com tudo
tudo,
tudo que confunde.
você me entende?
eu acho que também estou confusa
a confusão nada mais é que a maneira de não conseguir sair de si sem estar confuso
você me entende?
acho que você esta confuso
ou eu que estou te confundido?
(ad infinitum)

domingo, 2 de janeiro de 2011

chove em São Paulo...
vejo da janela gotas e gotas caindo para refrescar o calor e a ressaca-do-pós-anonovo
elas caem sincronizadas, cada uma tendo a sua vez de molhar, de aparecer.
Olhando daqui, vejo que cada gota tem o seu papel e todas juntas o motivo pelo qual caem, dançam, molham...
coloquei a mão pra fora da janela para pegar uma delas e dentro de um copo guardei-a,
querendo esconder só para mim aquele pedaço de água.
E o que seria a água senão pedaços de chuva? e vice verso..
não adiantou de nada querer guardar ou esconder
a gota evaporou, foi para encontro das outras, para depois cair outra vez
Percebi que da água a gente aprende muita coisa.
Que por mais que se prenda, ela sempre escorre entre os dedos
que se colocar dentro de um copo ela evapora e volta pro início, pro fim
pode-se até querer transformar em gelo.
Mas de que adianta? se gelo preso na mão queima igual fogo,
que uma hora ele expande para além do espaço permitido querendo fugir de qualquer jeito
sabendo que tudo que é solido pode derreter.

sp, 16:35, 02/01/2011